quinta-feira, 17 de maio de 2012
Politica X Jovens
A situação mundial atual é uma situação predominantemente tensa, seja no contexto social, político ou econômico. Estão todos sendo confrontados com assuntos de grande magnitude de importância e ligação com o todo. Encontramos-nos em um cenário onde a abundancia e livre acesso a informação transformaram o mundo em uma pequena comunidade. Cada cidadão tem participação intensa na realidade do outro, a milhares de quilômetros de distância. Contraditoriamente nos encontramos em um período de extrema alienação e introspecção do ser, uma época onde o individuo se sobrepõe ao todo, e ao conjunto. É nesse con¬texto global que se encontra o questionamento desta pesquisa, o porquê da falta de interesse do jovem pela política.
A questão do jovem varia de acordo com o local, e sua cultura, mas na atualidade algumas questões tendem a ter uma similaridade que torna possível abranger a questão de forma mundial, uma realidade da comunidade humana, e não so¬mente uma questão brasileira, mesmo, assim como a maioria dos campos profissionais, viu seus fundamentos deturparem-se ao interagir com o império da anti-ética que, visando sempre o lucro.
O jovem moderno tem medo de não ter como se sustentar, de não ter emprego, de que seus estudos não sejam o suficiente para lhe garantir uma vida tranqüila e independente de seus pais. Esse medo inibe o jovem de pensar em causas alheias, porque seu tempo e esforço têm de ser dedicado a si mesmo, seu futuro está em constante perigo de ser um fracasso. A doutrina neoliberal é a corrente de pensamento político que defende um sistema onde o indivíduo tenha mais importância do que o próprio estado. Dessa forma o mercado se torna o mais amplo possível incentivando a competição entre os indivíduos, assim esses optam em como gastar, o que será guardado, etc. Nesta filosofia acredita-se que a desigualdade é uma conseqüência da falta de liberdade que o estado impõe. A doutrina neoliberal também prega a iniciativa privada e redução de sua tributação sobre a renda. Este sistema visa intensificar a livre competição no mercado, estimulando a economia. Reforçando a questão do individuo que funciona através da competição e não da união, por sua vez individualismo que leva ao consumismo.
O consumismo
O jovem de hoje vive não apenas o conflito de precisar se manter, mas de precisar consumir. Existe a massificação da idéia de que os valores de alguém são expostos através do que ela pode ter e não mais de quem ela é. Ter é ser. Os grupos e tipos de pessoas são identificados pelo tipo de roupa que usam, pelos lugares que freqüentam, etc, todos aspectos dependentes do que a pessoa pode pagar. Não se associam mais por uma ideologia, até porque a ideologia atual está sempre vinculada a ser um individuo produtivo: este é o aspecto que liga aqueles que participam da sociedade. ntação do supérfluo.
No meio de tanta informação do que é necessário ter para ser alguém, idéias essas que estão sendo massificadas através de outdoors, campanhas publicitárias, carros com auto falantes, panfletos, etc, sobra pouco ou nenhum tempo de fazer outras considerações. Como se pára para pensar no próximo, ou questiona-se sobre as ações do governo, enquanto tenta-se digerir essa grande informação do que se deve ser antes de finalmente se tornar alguém capaz de realmente fazer alguma diferença?
Todas essas hipóteses do porque do desinteresse do jovem fazem parte da realidade atual. Todos esses elementos criam o perfil do cidadão de hoje. O cidadão que está preocupado com o futuro, trabalha e estuda em cargas horárias absurdas por não ter nenhuma segurança ou amparo além de si mesmo. Estabeleceram como idéia de futuro completo aquele onde ele possa ter uma vida confortável, com acesso a todas as “facilidades” da vida moderna, ou seja, aos produtos de consumo.
O jovem moderno tem medo de não ter como se sustentar, de não ter emprego, de que seus estudos não sejam o suficiente para lhe garantir uma vida tranqüila e independente de seus pais. Esse medo inibe o jovem de pensar em causas alheias, porque seu tempo e esforço têm de ser dedicado a si mesmo, seu futuro está em constante perigo de ser um fracasso.
Os seguintes fatores se mostram como razões para a apatia: a possibilidade de mau-funcionamento do sistema; inexistência de veracidade no seu discurso e no de seus participantes; e na crença de que a mudança desta maquina de corrupção não está dentro da realidade do povo.
A falta de credibilidade no sistema político e seus participantes
A condição atual do governo brasileiro é delicada. Em meio a tanta corrupção, o povo parece estar desacreditado de que uma mudança positiva possa vir desse sistema em decadência. Esta realidade é frequentemente considerada como um dos grandes motivos do afastamento do jovem das causas políticas. Considerando que política, segundo o dicionário Houaiss é: “a arte de guiar ou influenciar o modo de governo pela organização de um partido, pela influência da opinião pública, pela aliciação de eleitores etc.”, pode-se dizer até que o jovem não se afastou da política em si, porque o que se apresenta no governo Brasileiro atual, nem sequer pode ser chamado de política.
Os seguintes fatores se mostram como razões para a apatia: a possibilidade de mau-funcionamento do sistema; inexistência de veracidade no seu discurso e no de seus participantes; e na crença de que a mudança desta maquina de corrupção não está dentro da realidade do povo.
Ligado a isso está o fato de que muitos jovens estão afastados somente da política, e não necessariamente das causas sociais, reforçando a idéia de que o problema está no sistema e não necessariamente no jovem.
O desinteresse do jovem pela política tudo vale a pena enquanto não incomoda. Motivos para o afastamento do jovem moderno das questões políticas não faltam e podem estar causando o esfriamento da participa¬ção do jovem na política. Esses motivos vão variar de acordo com a vivência do cidadão, assim como a posição política do mesmo. É importante levar em con¬sideração, que um participante da União Nacional de Estudantes, por exemplo, vai tender a justificar o acontecimento culpando o próprio sistema ao invés de considerar os conflitos internos do jovem em si, o que é potencialmente uma posição perigosa porque ela terceiriza o poder de mudança, e justifica a apatia. Já um ativista, ou militante da época de ditadura, pode tender a outra opinião, pelo fato dele já ter lidado com os “culpados” de forma diferente. A pesquisa inicialmente visa manter uma mente aberta, para captar o maior número de pos¬sibilidades para essa realidade, e idealmente considerar que todas elas fazem parte e são a realidade do cidadão jovem contemporâneo.
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